Basta de Gestão da Qualidade ou Excelência da Gestão: o foco agora é Primazia da Gestão
O fato é que a palavra EXCELÊNCIA da Gestão está “banalizada” já faz bastante tempo, bem como o termo Gestão da QUALIDADE!
Geralmente, quando falamos de exemplos organizacionais disponíveis de “excelência” nos referimos a prêmios de gestão e/ou certificações das mais diversas temáticas. Entretanto mesmo estes estão muito distantes do que realmente a palavra deveria retratar.
A palavra “qualidade” também pede socorro faz tempo. Não é mais capaz de estabelecer uma adjetivação pertinente de algum outro substantivo que seja relevante, principalmente quando se refere à gestão propriamente dita.
Dada esta constatação, defendo então que uma nova palavra deve ser propagada para representar o estado da arte em gestão: a Primazia!
O problema do termo Gestão da QUALIDADE
A palavra “qualidade”, quando acompanhada da palavra “gestão”, tinha a intenção de expressar algumas ideias nobres. Entretanto, dependendo da forma com que é escrita, gera significado insatisfatório, pois nem sempre se caracteriza como uma adjetivação da palavra gestão.
Se dissermos “gestão DA qualidade”, fica evidente que “qualidade” aqui não tem sentido de adjetivo, trata-se da “gestão” de uma determinada “qualidade” (substantivo), seja ela qual for (boa ou ruim).
O ISO série 9.000, por exemplo, é uma norma que se limita a estabelecer requisitos de gestão DA qualidade, e nada mais que isto. Por isso tantas empresas devidamente certificadas são tão sofríveis em relação à qualidade percebida de seus produtos ou serviços.
Se grafarmos “gestão DE qualidade” ou ainda “qualidade DA gestão”, aí o sentido melhora um pouco. Afinal, a “qualidade” fica explicitada como um adjetivo da gestão, mas ainda carece de referenciais que possam estabelecer o “estado da arte” da gestão. Ou seja, acabou representando apenas “um pouco mais” que a gestão DA qualidade. Um pouco mais, mas longe de ser suficiente.
É aí que surge a palavra “excelência”, para ocupar esta falta de adjetivação do estado da arte da gestão.
O problema do termo EXCELÊNCIA da Gestão (substituindo Gestão da QUALIDADE)
A palavra “excelência” da gestão foi uma intenção legítima de adjetivação mais sofisticada que a palavra “qualidade”. Haja vista que “qualidade” não estava mais cumprindo o seu papel. E admito que funcionou por algum tempo, mas apenas por algum tempo.
Sua utilização, no âmbito da gestão, foi associada a adoção de referenciais mais completos e de maior amplitude do que apenas uma determinada norma. Ou seja, “excelência” representava a implementação de diversas normas de forma integrada. Ou ainda a adoção de modelos de gestão que incorporavam fundamentos mais abrangentes, que acabaram sendo chamados de “critérios de excelência”.
Vários prêmios importantes foram criados e deram origem aos tais “critérios de excelência”. E estes foram adotados por algumas organizações como forma de expressar que estavam na busca pela tal da “excelência”. Listo abaixo então os mais expressivos prêmios:
- Deming (Japão);
- Malcolm Baldrige (EUA);
- Europeu (Europa);
- Ibero-Americano (América Latina);
- próprio PNQ (Brasil);
- entre outros.
O grande problema deste “movimento” estruturado de premiar (com troféus, menções honrosas, etc.) a “excelência” da gestão de uma empresa é que muitas destas empresas (ditas) “premiadas” figuravam também como campeãs do RECLAME AQUI. Quando não sendo foco de investigação de grandes esquemas de corrupção, com sérias acusações de crimes ambientais. Isto sem falar das práticas discriminatórias, de assédio moral, de liderança abusiva, ou seja, os prêmios acabaram representando várias desilusões.
É aí que uma adjetivação que represente “de fato” o estado da arte da gestão fica sem representatividade.
Porque PRIMAZIA da Gestão
Nossa provocação é trazer à discussão uma adjetivação que represente o “estado da arte” da gestão em uma nova palavra. Ou seja, a PRIMAZIA!
O termo PRIMAZIA portanto, guarda conceitos muito mais amplos que as palavras anteriores. Para se ter uma idéia esta palavra tem 26 sinônimos que podem ser subdivididos em 4 grandes famílias. E todas expressam conceitos relevantes cuja introdução colocamos abaixo:
Conceito de PRIORIDADE
Ou a adjetivação da gestão é uma prioridade para as lideranças ou é uma cilada que não podemos mais fazer “vista grossa”.
Ou seja, não pode haver uma pessoa que seja representante ou substituta da primazia da gestão. Ela é uma pauta de todos os membros da força de trabalho, sem exceção! E é por isto que neste contexto a hierarquia clássica PRECISA ser substituída por alguma alternativa, por exemplo a orientação POR processos e a holacracia.
Conceito de PERFEIÇÃO
Não devemos mais avaliar o estágio de maturidade da gestão das organizações. Muito menos reconhecer, com troféus ou menções honrosas (ato indelegável e restrito somente às partes interessadas e a ninguém mais).
O que precisamos fazer, afinal, é explorar o nível de completude de diversos referenciais temáticos que levam em conta um novo referencial de exemplaridade. Referencial este que seja capaz de expressar, num único documento, tudo que existe de agregador de valor para uma organização que opera no século XXI.
Conceito de PREDOMÍNIO
A gestão precisa ser caracterizada como tema preponderante e supremo nas pautas das decisões mais estratégicas. Isto de forma que a vaidade dos “doninhos” ou “presidentinhos” estejam colocadas de lado.
Esta adjetivação valoriza que a “gestão” substitua o “gestor”. Muitas vezes, somente os gestores são responsabilizados pela primazia da gestão. Ou seja, esta é a prova cabal de que a gestão nem sequer existe de forma estruturada.
Conceito de RIVALIDADE
É fundamental que as organizações se comparem com outras, semelhantes ou completamente diferentes.
Estas comparações não podem se limitar apenas a estabelecer e bater (ou não) suas próprias metas (às vezes definidas de forma bastante questionável). Elas precisam considerar práticas de benchmarking que vão muito além do famigerado PDCA, mas também o PDSA e o PDC/SL.
Os REPG com forma de expressar a PRIMAZIA da Gestão (e “deixar de lado” a Gestão da Qualidade)
Se PRIMAZIA guarda todos estes significados, nada melhor do que adotá-la, e rápido.
Por isto, nós assumimos esta bandeira e este novo “movimento” em prol da PRIMAZIA. Esta jornada começou em 2019 quando publicamos os REPG – Referenciais de Exemplaridade da Primazia da Gestão”. Um referencial de PRIMAZIA especialmente para as empresas que prestam serviços ao público (privadas, públicas e do terceiro setor).
Os REPG agregam, num único documento, todos os requisitos que, se implementados em sua totalidade, expressarão o estado da arte da gestão de uma organização, melhorando os resultados para todas as partes interessadas. E esta é a jornada da PRIMAZIA.
Se você tem alguma dúvida em como os REPG podem evoluir sua empresa, marque uma conversa conosco para mostrarmos COMO ele se aplicaria a sua realidade. Basta agendar um bate-papo CLICANDO AQUI